Um quase tudo de somente um pouco

E, praticamente às vésperas da pr... (alguns vocábulos não merecem ser citados em um espaço de abstração), acho que é mais ou menos assim que as coisas têm funcionado.
Dentre as várias poesias da Cecilia (detalhe pro grau de intimidade) que li esses dias, alguns trechos me chamaram mais a atenção, daí essa "colcha de retalhos" que se fez, traduzindo o "tal momento" (eufemismo pra "momento", que deveria ser algo efêmero, mas que, por algum motivo, resolveu se estabelecer por uns 2,3 anos em nossas vidas). E como só quem o vive, entende, sobrevivemos a ele sozinhos, podendo, quem sabe, contar com o apoio uns dos outros.
As risadas, as brincadeiras, as palhaçadas, os surtos, os sorrisos, as lágrimas, talvez seja tudo isso que complete a certeza do que queremos fazer e facilite o trajeto pra chegarmos lá.
Já desejando uma excelente pr... pra todo mundo, e como eu gosto de número ímpar, 47, 49, 51, 53, 57 (porque 55 eu acho muito certinho) acho que tá bom né gente?! eauiheiuahiuea...


Entre mim e mim, há vastidões bastantes
para a navegação dos meus desejos afligidos.
Descem pela água minhas naves revestidas de espelhos.
Cada Lâmina arrisca um olhar, e investiga o elemento que a atinge.

E ao virar-me sobre minha própria experiência, contemplo-a.
Minha virtude é esta errância por mares contraditórios.
Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza,
só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.

Certa de que todo horizonte é um vasto sopro de incerteza,
eu sou essa pessoa a quem o vento leva:
já de horizontes libertada, mas sozinha.

E, se a Beleza sonhada é maior que a vivente,
dizei-me: não quereis ou não sabeis ser sonho?

Eu sou essa pessoa a quem o vento ensina.



- fragmentos de algumas poesias de Cecília Meireles, modificados e adaptados.
Só pra todos nós sermos o nosso sonho, porque a nossa certeza já preenche o horizonte. ;)